Ao longo dos meus míseros 4 anos ligados a moda chego a uma conclusão que hoje para mim parece tão óbvio mas que há anos atrás era um universo a ser descoberto. Impossível nos dias de hoje não ligarmos as dicas de estilo e tendências a um mix de tendências passageiras. A gente fica só pensando: essa vai, essa fica…Essa nem vai pegar.
Acho que bato tanto nessa tecla com vocês que o post pode até parecer um pouco clichê quando falo que por vezes deixamos um pouco de lado o que mais importa: A personalidade de quem veste.
Diante de tanta informação e tecnologia tem horas que a gente mais parece um robozinho fashion. Agora é hora de usar isso…Agora é hora de usar aquilo. Ok, eu sei que tudo com o nosso olho crítico, tudo com o nosso bom senso, umas escapadelas por aí mas é preciso saber que olhar pra dentro é muito mais importante do que só olhar pra fora. Gosto de ouvir as dificuldades das minhas clientes e das leitoras sobre como compor um look. O que pra mim as vezes parece ser tão óbvio eu sei que existe uma dificuldade insegurança de quem veste.
O ato de se vestir é uma construção de si mesma. Você descobre o seu estilo de acordo com o que você gosta – aliás, tem um post bem legal aqui sobre como descobrir o seu estilo – e vai em frente. A gente muda o humor, muda a época, muda a idade e o estilo muda também. Alguns mais discretamente, outros de uma maneira mais caricata e divertidíssima. Assim como frases fashionistas por aí que “você nasce com o estilo” ( Acho que YSL e Coco Chanel devem se revirar no túmulo ao saber dessas coisas) ainda continuo acreditando no interesse e na personalidade de cada um. Ok, temos as exceções a regra mas estou falando de pessoas normais como nós do dia-a-dia. Que trabalha, que estuda, que faz os dois, que é mãe, que tá com a grana curta pra investir em look, que tem grana mas não consegue encontrar coisas que realmente agradam e uma infinidade de variações.
O estilo a gente contrói. Eu mesma já fui tanta coisa e já não fui nada. Já vesti coisa só pra ficar por dentro da moda – e achei divertidíssimo. Leio e releio livros, artigos, blogs e sites buscando sempre mais. A real é que a gente não nasce estiloso então, não se sinta o cocô do cavalo do bandido. É preciso buscar para se encontrar. Use o que lhe cai bem, o que te faz bem. Se olhe no espelho mas não com os olhos de outras pessoas, olhe com seus olhos. Livre-se dos esteriótipos criados pelos outros e busque por você. Se a gente vestir só o que tá na Revista teremos um closet descartável. Me exemplifico nos últimos meses. Ando tão crítica comigo mesma com relação a esse consumismo sem necessidade que ninguém consegue me empurrar nada. Sou aquela cliente chata que diz: “Estou só olhando.” E realmente estou! Tenho esse direito de namorar peças, pensar com calma e comprar por paixão e não compulsão. É preciso combinar mais do que está nas revistas, é preciso combinar com você.
Não tenha medo de estar fora de moda. Aliás, isso muda tanto de acordo com cidade, estado, país. Quando vou pra Minas por exemplo, me sinto a maior bicho grilo por andar de rasteiras e tênis. Lá as mulheres só usam salto. Até para ir na padaria. Por outro lado, não saio de casa sem um brinco e com um rímel. Moda nada mais é do que o reflexo de uma temporada, um comportamento já o estilo é mais um meio de comunicarmos a nossa personalidade. Não se incomode em ser diferente se isso for realmente ser você.