Essa semana estava devorando a revista Vogue do Mês de Julho – que aliás considero uma das melhores edições de conteúdo até agora do ano – me deparei em um primeiro momento com uma foto de vários estilistas que estão estrelando na Farfetch – uma das maiores lojas de e-commerce.
Bati o olho, reconheci alguns e quando vi o nome de Martha Medeiros confesso que fiquei procurando. Voltei novamente no texto para observar a ordem dos nomes relacionado as pessoas e vi Martha magra. Algumas páginas a mais e tinha uma matéria com o título Fome de Viver falando sobre a história da estilista relacionada ao peso e a mente.
Quem puder ler a entrevista como um todo acho super válido porém me levou a uma reflexão.
Aliás, o motivo desse post. Me desculpem as magrinhas mas esse post não vai ser tanto pra vocês. A gente sempre falou muito sobre em ser magra, cada vez mais magra independente de qualquer modo e só agora – de 1 ano pra cá que além da magreza estamos um pouco mais focadas na saúde.
É difícil seguir padrões quando nos nossos não compõem os impostos. É difícil resistir as tentações aos impulsos, é difícil aceitar quem realmente somos, é difícil não ser o que talvez sonhamos, é difícil agradar a todos e esquecer de si.
São tantos motivos que posso dizer o quanto é difícil começar, recomeçar ou seja lá qual a melhor palavra para um início.
Me tomo como exemplo. Sempre estive ligada ao adjetivo de “forte” (para não ser chamada de gorda). Convivi na minha adolescência com a vontade de usar um tamanho 38…Aliás, não me lembro quando foi a última vez que usei 38 na minha vida.
Morria de raiva quando as minhas amigas magras exibiam barrigas retas e diziam: “Nossa, preciso urgente emagrecer.” Vivi valorizando meus outros atributos a disfarçar o eterno sobrepeso e até pré-obesidade que convivia comigo. Já me irritei infinitas vezes em frente ao espelho por não ser o que gostaria. Já comi o dobro por causa disso também.
Por outro lado, como uma resposta pra mim mesma nunca deixei que as outras pessoas notassem isso. Do meu jeito sempre procurei adequar a moda a minha silhueta, aliás ao meu eterno quadril largo. Sim, já deixei de fazer look do dia por não me achar digna nas fotos. São fases! Algumas pessoas emagrecem com facilidade e outras ENGORDAM.
Você aprende a lidar com isso quando você primeiro se entende.
Compreende primeiro que você é muito mais do que um corpo e segundo entende que tem coisas que são fatores genéticos e que muitos deles são psicológicos.
Mas…Voltando a Martha achei a experiência dela muito válida para compartilhar aqui. Primeiro pela iniciativa. Tem muitos casos que a própria mulher se considera caso perdido. Desiste. E não to falando de um sobrepeso com alguns quilinhos a mais.
Estou falando de muitos quilos a mais dos quais não nos dão coragem de começar por estarmos consideravelmente longe.
A vontade de mudar acompanhada a uma atitude decisiva. Ninguém dorme gordinha e acorda magra. Somos humanas, mutáveis, suscetíveis a oscilações de humor…de vida. E vontade de mudar só é válida quando tem a iniciativa. Encontre a sua motivação.
No caso dela além da saúde a família ela disse que a razão da mudança brotou numa viagem a Londres, após provar 28 modelos e nenhum servir ao seu tamanho. Foram 40 quilos após a cirurgia bariátrica.
Um ano depois ela conta como sua vida mudou para melhor, como o relacionamento com sua família mudou, seu trabalho, disposição, tudo. Ganho de saúde mas ganho também na auto estima. E em trecho da própria matéria ela ainda diz: “Ser gordo não é defeito. O problema é que agride o psicológico e as pessoas culpam os outros por tudo que venha a acontecer.”
Não quero questionar esse tipo de escolha se foi arriscada ou não. Cada um sabe de si mas que nos sirva de exemplo que até mesmo um caso considerado “perdido” aos olhos dos outros pode ser superação para si mesmo. Basta querer e lutar por isso.